Inclusão digital é o maior desafio, aponta pesquisa realizada com estudantes e professores

O Grupo de Trabalho (GT) designado pela Reitoria da Ufes para avaliar o funcionamento das medidas já adotadas pela Universidade em função da pandemia de COVID-19 e planejar formas de retomada das atividades presenciais quando for possível divulgou nesta quinta-feira, 28, o resultado das enquetes realizadas com os estudantes e os professores da instituição (veja o documento completo no arquivo anexado abaixo). A necessidade de construir uma política de inclusão digital para estudantes e professores foi uma das principais considerações apontadas pelo grupo.

Entre os 23.744 estudantes matriculados em cursos de graduação presenciais e de pós-graduação, 11.656 responderam ao questionário, o que representa um percentual de 49,09%. Já entre os 1.758 professores da carreira do magistério superior, 947 (53,86%) participaram como respondentes.

Segundo análise realizada pelo grupo, a não participação de 50,91% de estudantes e de 46,14% dos docentes pode indicar dificuldades de acesso à internet, mas também possíveis mudanças de endereço eletrônico, sem a devida atualização no cadastro da instituição. “Ainda é necessário notar que há aqueles que decidiram não participar da pesquisa”, destaca o relatório.

Entre os estudantes, no quesito “acesso à internet”, 96% disseram contar com internet na residência e 4% disseram que não possuem acesso. Também 81% assinalaram que têm condições de manter o pagamento de serviço de acesso à internet com qualidade suficiente para participar de atividades on-line, enquanto 19% afirmaram não ter essa mesma condição.

Entretanto, embora a maioria dos respondentes tenha acesso à internet, muitos acrescentaram observações como não possuir notebook ou computador, possuir equipamentos ultrapassados, com capacidade limitada, ou a necessidade de compartilhar o mesmo equipamento com outros membros da casa.

A maioria dos entrevistados sugeriu, como alternativa de atividades remotas durante o período da pandemia, a utilização de videoaulas, exercícios, testes e a disponibilização de e-books e outros materiais escritos.

Professores

Entre os professores, 99,58% responderam que possuem acesso à internet em sua residência. Questionados sobre a realização das atividades não obrigatórias de apoio ao ensino-aprendizagem, 73% dos respondentes disseram que estão realizando esse tipo de atividade.

Entretanto, os professores apontaram algumas dificuldades para a realização de atividades remotas. Dentre as mais citadas, estão: falta de formação para uso adequado de ferramentas, metodologias e práticas para ensino a distância; a necessidade de interação com os alunos para desenvolver o conteúdo das disciplinas; e conhecimento limitado sobre como usar ambientes virtuais de aprendizagem.

O diretor do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) e um dos coordenadores do trabalho, Rogério Faleiros, destacou que a necessidade de promover ações de inclusão digital foi um dos principais dados extraídos da pesquisa.

“Uma das principais evidências é que temos que construir alguma política de inclusão digital para os estudantes, seja para um contexto de atividades remotas em regime emergencial, como o que estamos lidando, ou como ferramenta do ensino presencial, considerando um cenário de normalidade. Porque o aluno, mesmo com o ensino presencial, precisa ter condições de, em casa, consultar uma base de dados, por exemplo. Outro ponto é a necessidade de empreender também uma política ampla de capacitação dos professores para o desenvolvimento de atividades remotas. A inclusão digital é um desafio colocado para a Universidade”, apontou.

Dados brutos

Faleiros informou que todos os dados brutos da pesquisa estão disponíveis no link https://nuvem.ufes.br/index.php/s/ZTcPBAsAbHaimjJ e podem ser úteis para os professores. “Os dados já receberam algum tratamento prévio, como informações por curso. O professor que quiser conhecer os dados do curso no qual ministra aulas pode extrair muitas informações”, sugeriu.

Ele ressaltou ainda a importância da participação da comunidade acadêmica na construção dos planos de Contingência e de Biossegurança da Ufes, que foram encaminhados aos Centros de Ensino na última terça-feira, 26.

“O GT é formado por um número pequeno de pessoas. É muito importante esse processo de ouvir os Centros e os Colegiados de curso, que podem pensar soluções e alternativas para enriquecer o trabalho do grupo. Precisamos muito da participação da comunidade”, reforçou. Contribuições e sugestões também podem ser encaminhadas para o e-mail grupodetrabalhoufesc [at] gmail.com.

A pesquisa teve o objetivo de construir o perfil socioeducacional dos estudantes, conhecer suas possibilidades de acesso à internet e às tecnologias da informação e comunicação (TICs) e suas opiniões sobre possíveis estratégias a serem adotadas pela Universidade neste momento e após a pandemia. Já em relação aos docentes, o questionário visou conhecer as suas condições em situação de isolamento social e, também, as condições de acesso à internet e às TICs, e suas opiniões sobre a adoção de prováveis estratégias de ensino-aprendizagem on-line.

 

Texto: Thereza Marinho

Para ver a noticia original no site da Ufes clique aqui

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